sexta-feira, 15 de junho de 2012

A volta da Esperança

Já faz três noites que pro norte relampeia...

Minha mãe chegou esta semana em casa dizendo que compraria um par de sandálias para um menino da escola pública onde ela trabalha como professora, que estava sem frequentar as aulas por falta delas e cuja mãe estava preocupada, porque um número determinado de faltas por mês interrompe o fornecimento do benefício social oferecido pelo Governo Federal, o famigerado Bolsa Família. Pais desempregados, esta é a única fonte de renda da família, que ainda tem mais dois filhos.

Os programas de assistência social sempre foram alvo de críticas da oposição, especialmente após a ascensão do Partido dos Trabalhadores à presidência da República, responsável pela sua ampliação e, por que não, consolidação. E, obviamente, um Bolsa Emprego Digno seria infinitamente melhor que o Bolsa Família, no linguajar pejorativo, o "Bolsa Esmola".

O detalhe mais importante é que, afastado tudo o que poderia ser e não foi, o Bolsa Família está permitindo a sobrevivência de milhões de brasileiros, seja em meio à seca no sertão ou diante da velhacaria dos usineiros na zona da mata, ou nas cidades onde simplesmente "não há vagas".

É muito fácil, de barriga cheia e bem vestido, dizer que Lula foi um presidente assistencialista, como eu mesmo já fiz. Hoje, ao ouvir relatos como o de minha mãe fico menos triste, por saber que o menino terá algo para comer quando poderia não ter absolutamente nada sem a intervenção do Estado.
Cena do filme Vidas Secas. Eles caminham porque têm esperança. 

Outros programas também compõem um conjunto de ações relevantes às melhorias de vida do povo brasileiro, como a aposentadoria rural por idade, o Luz Para Todos e o aumento significativo de servidores públicos nos pequenos e médios municípios.

Antes que digam, este texto não é uma homenagem ao PT nem ao Lula, mas tão somente um reconhecimento da feitura de algo necessário. Algo que está salvando vidas e possibilitando sonhos. As pessoas simples de nossa terra voltaram a ter esperança.

Os centro-direitistas nunca entenderão, ou melhor, "engulirão" os avanços sociais que o Brasil logrou nos últimos 9 anos e meio. Poderia fazer mais? Não sei, então pergunto: o que você faria se fosse presidente/a de uma nação riquíssima onde seus compatriotas passam fome? Levaria primeiro uma escola ou alimento? Às vezes, um sem-teto nos pede um prato de comida e damos. Se pudesse alimentá-lo três vezes ao dia sem diminuir sua riqueza, você negaria?

Estou apelando mesmo e não me importo.

Como diria Luiz Gonzaga, o curral da miséria abriu-se e a fome está passando. Falta muito ainda até alcançarmos um patamar mais próximo do ideal humanista. Mas poderia ser pior...

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Adendo: Bolsa Família reduz violência, aponta estudo da PUC-Rio.
Ou seja, é aquilo que sempre se repetiu: quando a desigualdade social diminui os demais fatores adversos (violência, crime etc.) tendem a cair também.


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