sexta-feira, 20 de julho de 2012

Circo sem lona

Política não é para principiantes, diria Tom Jobim. A cada dia o processo eleitoral se mostra mais complexo e hermético. Explico o porquê:

Complexo, porque o emaranhado de alianças, conchavos e "leilões" são fartos, paradoxais e indigestos. Hermético devido ao círculo fechado e excludente que é tudo isso, impedindo ou afastando prováveis nomes de concorrer, em especial, pela chapa majoritária. Pois se há várias lideranças contra a tradição, o mais lógico é somar ao invés de dividir.

Em União dos Palmares, presenciamos na prática a teoria do "dividir para conquistar", estratagema muito utilizado pelos antigos impérios e nações mercantilistas. A oposição mais uma vez, de certa forma, perde para si mesmo. É a percepção pessoal deste blogueiro e observador desatento.

Em eleições passadas, computando os votos da oposição a soma foi maior que o número de votos do candidato vencedor, então a oposição se uniu e formou uma chapa única. Perdeu de novo e agora, com a dissensão entre Beto Baia e Paulinho do PDT (ex-PT), o lado B se enfraque acintosamente.

Enquanto a rádio Zumbi é muito bem utilizada por Manoel Gomes de Barros (Mano), e hoje, dia 20, por Paulinho do PDT (ex-PT), o candidato lado B, Beto Baia, não faz o mesmo, ao contrário, declinou do convite do Programa Mesa Z, capitaneado por Adelino Ângelo e Mário Bispo, em entrevista que ocorreria no dia 5 e sucederia a de Mano feita dias antes.

Hoje Beto Baia teve sua imagem denegrida perante seus eleitores e concidadãos durante a entrevista do já citado Programa Mesa Z com Paulinho do PDT (ex-PT). Alguns correligionários de Baia prestaram solidariedade ao candidato defendendo-o ou atacando a imcompostura do entrevistado, que se mostrou atabalhoado ao apresentar tantas tergiversações para legitimar sua mudança de lado.

E aí, Beto, vai requerer o direito de resposta como um veterano ou permanecerá dócil como um iniciante? (Em tempo, nem todo inciante é dócil. Vide Mundinho Falcão de Gabriela). Seus eleitores, com certeza, exigem uma resposta.

As forças da tradição demonstram a cada oportunidade seu poder de negociação, coesão e seguem confiantes. Espera-se, no mínimo, uma reação dos oposicionistas para o bem do que resta da democracia. Porque do circo nem lona mais resta.

Tom Jobim estava certo.

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