sexta-feira, 13 de julho de 2012

"Maleducados"

Nós temos uma prosódia muito singular e um dos fenômenos linguísticos mais corriqueiros é pronunciar duas palavras como se fossem uma, tipo "mal educado" que de tanto se dizer "maleducado", talvez um dia entre para o léxico. Todo maleducado é tido como uma pessoa grosseira, rude e não exatamente sem educação escolar. Seguindo esta pequena aula sobre linguística, pensamos, no sentido filosófico, com palavras, compreendemos o mundo através da linguagem, numa acepção ampla que contempla o verbal e o não-verbal.

Então, observando o cotidiano inquietante em nossa ilustre União dos Palmares-Alagoas-BraZil, nenhuma outra palavra se encaixou melhor do que maleducados para qualificar nosso trânsito. 

Estacionamos nossos automóveis sobre o passeio público. Paramos em cima da faixa de pedestres "ralinha", mal se vê, mas não paramos para que o pedestre atravesse a via. Estacionamos e paramos onde é proibido estacionar e parar, segundo a placa de regulamentação fixada no local, e ainda fazemos da via um ponto de transporte alternativo. Acionamos as lanternas de alerta e a buzina indiscriminadamente. Esta, a qualquer hora do dia ou da noite, e tantas vezes querendo fazer algo análogo à Fórmula 1. Senta o pé, o sinal abriu! Também, ao estacionar, não respeitamos a distância mínima de cinco metros (?) dos cruzamentos, mesmo naqueles de maior movimento, com semáforo inclusive, e onde é proibido, se não me falha a memória novamente, e até perigoso. Por falar em perigo, não é sempre que usamos o cinto de segurança. Guiamos nossas motocicletas com fins de emulação. Um de nós "deu azar" e morreu em decorrência disso esses dias. Ultrapassamos o limite de velocidade e com o sinal vermelho e/ou amarelo, que até meu sobrinho de 4 anos sabe que é errado.Vixe, como somos maleducados! A lista é grande, paro aqui.

Ao leitor que, porventura, não saiba o que é emulação, passeio público nem a diferença entre estacionar e parar, recomendo a leitura do Código de Trânsito Brasileiro - CTB ou se inscrever num curso de formação de condutores.

Sim, somos maleducados e não fazemos nossa parte para que a cidade se torne civilizada, agradável e respeitosa. Muitos não tiveram educação para o trânsito na escola, como meu sobrinho já tem. Muitos sabem o que é certo, entretanto por verem os semelhantes cometendo uma infração sem serem penalizados, seguem o mau exemplo em nome da comodidade pessoal etc. etc. etc. 

MAS, pelo menos alguns de nós, não queremos permanecer assim, maleducadamente. Por isso cobramos a quem de direito via blogs, Facebook, Twitter, rádios ou tête-à-tête, quando há oportunidade. E cobrar é fazer algo, sim, autoridades, é um dever nosso de cidadão exigir as melhorias para nossa cidade. Não se negue a Internet como um palanque verdadeiramente democrático. 

Se a crítica chegou enviesada, atravessada como diz nosso dialeto, deste blogueiro jamais procedeu assim. Sempre pautei minhas palavras com base no respeito, ética e bom senso e nunca as dirigi para o lado pessoal e, sim, ao Poder Executivo, à instituição. Não se ofendam, lembram deste texto? Ademais, minhas críticas sempre se basearam em constatações diárias. Minhas, não, nossas reclamações visam apenas o bem estar social, que por consequência se reflete em bem estar pessoal. Acredito que isto, sim, significa fazer política deveras.

A Superintendência Municipal de Trânsito e Transportes - SMTT é um dos instrumentos centrais nesta desejada organização do caos que é o trânsito palmarino, em especial, nos dias de feira livre. E está em mãos de uma pessoa que conhece o CTB a fundo, não é um leigo. As coisas estão se encaminhando, após tanto tempo.

Esperamos, mais uma vez, que esse fisiologismo, essas "picuinhas" sejam superados e que cada um, autoridades e sociedade, contribua para melhorar os nossos dias. 

E chega de mimimi.

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Atualização fotográfica:

  

Obs.: Doravante, sou um blogueiro perigoso: comprei um smartphone com acesso à Internet... e com câmera!
Registros feitos entre 07 e 13 de julho de 2012, no Centro de União dos Palmares.



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